3 de outubro de 2022

Outubro Rosa: entenda mais sobre o Câncer de Mama

No mês mundial de conscientização sobre o Câncer de Mama, o Outubro Rosa, preparamos um conteúdo completo com as principais informações sobre a doença, que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é a principal causa de morte oncológica em mulheres em todas as regiões do Brasil, exceto no Norte, onde o Câncer de Colo do Útero lidera os casos.

 

Câncer de Mama: o que é?

O Câncer de Mama resulta da multiplicação de células anormais da mama e pode ser de vários tipos. A maioria deles tem boa resposta ao tratamento, mas o ponto crucial é o diagnóstico precoce, preponderante para ampliar as chances de cura.

Atualmente, a doença é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil e a segunda no mundo. Diante disso, é essencial a conscientização da população sobre a importância da prevenção e da detecção na fase inicial.

 

Fatores de Risco

Não existe uma causa única, mas alguns fatores aumentam os riscos de incidência do Câncer de Mama. São eles:

  • Consumo de álcool e tabaco;
  • Exposição excessiva à radiação;
  • Fatores ambientais;
  • Fatores hormonais;
  • Genética;
  • Histórico familiar de diagnóstico anterior aos 50 anos;
  • Maiores de 50 anos;
  • Não amamentar;
  • Obesidade;
  • Primeira gravidez após os 30 anos;
  • Primeira menstruação antes dos 12 e menopausa antes dos 55 anos;
  • Sedentarismo.

 

Sinais de alerta

  • Nódulo fixo, endurecido e, normalmente, indolor;
  • Alteração da pele ou do mamilo;
  • Saída espontânea de secreção do mamilo;
  • Nódulos nas axilas;
  • Pele da mama vermelha ou com aspecto de casca de laranja.

Ao sentir algum destes sinais, procure, imediatamente, seu médico ou médica assistente e faça seus exames.

 

Prevenção

  • Amamentar;
  • Evitar consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar tabagismo;
  • Manter hábitos alimentares saudáveis;
  • Manter peso equilibrado;
  • Praticar atividade física regularmente.

 

Tratamento

As modalidades de tratamento do Câncer de Mama podem ser divididas em local e sistêmica, sempre a depender da avaliação do médico que acompanha o caso.

O tratamento local engloba cirurgia e radioterapia, além da reconstrução mamária. O tratamento sistêmico, por sua vez, compreende quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

 

Por que a Mamografia é importante?

A Mamografia é um exame de radiografia da mama, que possibilita o diagnóstico precoce e preciso do câncer, antes mesmo dele ser palpável.

O procedimento é realizado em aparelho apropriado, chamado mamógrafo. Por meio dele, a mama é comprimida de forma a permanecer com espessura mais homogênea e imóvel, durante todo o exame, proporcionando uma imagem de melhor qualidade.

O exame é feito por um técnico de Radiologia e as imagens são analisadas por um médico radiologista.

 

Quando fazer a Mamografia?

  • Mulheres assintomáticas com risco populacional usual:

Entre 40 e 74 anos: anualmente.

A partir dos 75 anos: anualmente, para mulheres com expectativa de vida maior que 7 anos, baseado nas comorbidades (consulte seu médico assistente).

  • Mulheres assintomáticas com alto risco:

 Mutação dos genes BRCA1, BRCA2 ou parente de 1° grau com mutação comprovada: anualmente, a partir dos 30 anos.

Risco > 20% ao longo da vida (calculado pelo mastologista): anualmente, iniciando 10 anos antes da idade do parente mais jovem que teve o Câncer de Mama (não antes dos 30 anos).

História de irradiação torácica entre os 10 e 30 anos de idade: anualmente, a partir do 8° ano pós-tratamento radioterápico (não antes dos 30 anos).

Diagnóstico prévio de Síndrome de Li-Fraumeni ou Cowden ou parentes de 1° grau com este diagnóstico: anualmente, a partir da idade do diagnóstico (não antes dos 30 anos).

História pessoal de hiperplasia lobular atípica, carcinoma lobular in situ, hiperplasia ductal atípica, carcinoma ductal in situ: anualmente, a partir do diagnóstico.

  • Mulheres e homens sintomáticos:

Quando solicitado pelo médico assistente, para complementar uma investigação diagnóstica, a partir de uma queixa clínica.

 

Preparo para a Mamografia

  • Evite aplicar cremes, desodorantes, talcos, perfumes e similares sobre as mamas e regiões axilares.
  • Procure realizar o exame uma semana após a menstruação, quando as mamas estão menos sensíveis e o exame torna-se menos incômodo.
  • Caso tenha realizado exames das mamas anteriormente (Mamografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética), levá-los no dia da Mamografia. A comparação dos exames anteriores com o atual possibilita ao radiologista realizar uma análise de maior qualidade e precisão.

 

Como é feita a Mamografia

Dentro da Sala de Exame, a mulher posiciona-se em pé, de frente ao mamógrafo, despida da cintura para cima.

O mamógrafo é um aparelho formado por duas placas que pressionam as mamas, horizontal e obliquamente, durante alguns segundos. Durante a Mamografia, a paciente deve ficar imóvel, para que seja obtida uma imagem de maior qualidade.

Após o exame, o técnico pede para a paciente aguardar alguns minutos até que as imagens sejam conferidas e se tenha certeza de que tudo ocorreu bem.

Todo o procedimento não dura mais que 20 minutos.

 

Gestantes e Lactantes

A Mamografia é um exame seguro e indicado para gestantes e lactantes que apresentem alteração suspeita no exame clínico e na Ultrassonografia convencional. A dose de radiação é muito baixa para o feto e, para tornar o procedimento mais seguro, usa-se equipamento de radioproteção abdominal.

Já as gestantes e lactantes assintomáticas e com exames em dia, podem adiar o rastreamento mamográfico anual, devido ao aumento da densidade mamária e consequente redução da sensibilidade do método para detecção de alterações suspeitas. Recomenda-se que esse grupo retome o rastreamento três meses após interrupção da amamentação.

 

Estou amamentando! E agora?

Mamografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética das Mamas podem ser realizadas durante a amamentação. O aleitamento materno não precisa ser interrompido e os são exames seguros para as lactantes.

Mas, é importante adotar alguns hábitos que favoreçam um procedimento preciso. Para isso, aconselha-se esvaziar as mamas, momentos antes do início do exame, para melhor caracterização das estruturas intramamárias.

Portanto, os exames não só podem ser feitos como, em casos de mulheres sintomáticas, devem ser realizados o mais rápido possível, de acordo com a solicitação de seu médico assistente. Já mulheres assintomáticas, em idade de rastreamento, devem manter a rotina.

 

Outros exames

  • Ressonância Magnética das Mamas

Atualmente, é o método mais sensível para detecção do Câncer de Mama, sendo indicado para o rastreá-lo em mulheres de alto risco, suplementar a Mamografia no rastreamento da doença em mulheres com mamas radiologicamente densas. Também é utilizado no rastreio da mama contralateral em mulheres com diagnóstico de câncer para pesquisa de neoplasias sincrônicas.

O método ainda permite investigar lesão primária oculta em pacientes com metástases axilares; diferenciar cicatriz cirúrgica de recorrência tumoral nas pacientes previamente tratadas por câncer de mama; e avaliar tumores já conhecidos para fins de estadiamento ou planejamento pré-operatório. Além disso, possibilita avaliação pré e pós-quimioterapia neoadjuvante, bem como de lesão residual ou recidiva.

E mais: é o método mais sensível para avaliação da integridade dos implantes mamários.

  • Ultrassonografia das Mamas

Permite diferenciar e caracterizar nódulos sólidos e cistos identificados pela Mamografia ou pelo exame clínico; orientar procedimentos intervencionistas (biópsia) na mama; avaliar pacientes jovens, gestantes ou lactantes com alterações clínicas; pesquisar abscessos nas mastites; avaliar nódulos palpáveis em mamas radiologicamente densas; analisar implantes mamários; caracterizar assimetrias focais que podem corresponder a nódulos; e suplementar a mamografia no rastreamento do câncer de mama em mulheres com mamas radiologicamente densas.

  • Biópsia Diagnóstica de Mama

O procedimento é indicado em casos de lesões mamárias classificadas como BI-RADS 4 e 5, a partir de exames de Mamografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética.

Também é recomendado para lesões mamárias classificadas como BI-RADS 3 nos exames de Ultrassonografia e Ressonância Magnética, que, por algum motivo, não possam ser acompanhadas como estabelecido pelas diretrizes.

  • Punção Aspirativa de Mama para fins terapêuticos

Indicada em casos de cistos volumosos que acarretam em dor ou incômodo à paciente, bem como em situações de coleções e abcessos.

  • Biópsias de Mama Guiadas por Ultrassonografia na Angioneuro

Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF): recomendada para punção de cistos, coleções e linfonodos. O método possibilita estudo citológico.

Punção Aspirativa por Agulha Grossa (Core Biopsy ou Biópsia de Fragmento): indicada para coleta de fragmentos de nódulos e lesões não nodulares. Possibilita estudo histopatológico e imuno-histoquímico.

Diferencial Angioneuro

Na Angioneuro, o material coletado é enviado para um laboratório especializado e o resultado da biópsia é anexado ao laudo do procedimento, para que paciente, mastologistas e oncologistas tenham maior grau de precisão, segurança e detalhamento.